quarta-feira, 22 de junho de 2011

A força do Endomarketing “A prática do endomarketing também deve ser representada por meio de atividades envolvendo qualidade de vida, estímulos à tomada de iniciativas e uso da criatividade”


Por Alberto Rodrigues , www.administradores.com.br

Neste século, depois de vivenciar crises e revoluções, as relações entre cliente e empregado estão mudando, a começar pelo título que se dá agora: colaborador. E também na época onde as exigências são maiores e, também, as oportunidades, como podemos fidelizar os nossos funcionários? Uma solução saudável tem sido a prática do endomarketing.
                                                                      
"Endo", do latim, significa "para dentro". A partir dessa palavra já é possível enxergar o principal motivo pelo qual uma empresa deve ter ações de endomarketing: cuidar de quem está dentro da corporação e quem, de fato, a faz. No caso do nosso segmento – canais -, o cuidado com a aplicação de ferramentas tem de ser redobrado, afinal, para satisfazer os clientes, os colaboradores é quem precisam estar satisfeitos, antes de tudo.

Atualmente, endomarketing não pode ser ententido apenas como comunicação interna (e-mails marketing, reuniões de feedback) ou campanhas de incentivo. Mais que isso, a prática do endomarketing também pode – e deve - ser representada por meio de atividades envolvendo qualidade de vida, estímulos à tomada de iniciativas e uso da criatividade. E, é nesse ponto que a área de Recursos Humanos – e toda a sua força - entra em cena.

Itens como investimentos em mão de obra qualificada por meio da qualificação e plano de carreira auxiliam no aumento da produtividade, motivação, e geram mais valor agregado: fazem com que os funcionários "vistam a camisa", conheçam bem os produtos. E, quando você conhece o que vende, consequentemente, acredita mais e só tem opiniões favoráveis na hora do argumento – momento de grande importância da negociação.

Mas o lucro não deve ser o foco do endomarketing em dias como hoje. Os holofotes, agora, têm de ser voltados para o maior patrimônio que uma corporação pode ter: as pessoas, as quais investem na empresa muito antes dos seus clientes.

Alberto Rodrigues é vice-presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de TI - ABRADISTI 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Grande Janinho, perfeitas palavras.

A NOITE DOS FILHOS AUSENTES (Por Janio Soares) 09/06/2007 (interblog)

Para quem mora no sertão do São Francisco, o mês de junho tem um jeito que é só seu. As catingueiras florescem, os dias ficam mais curtos, o pôr-do-sol não se cansa de provocar os insensíveis, e as noites ficam deliciosamente invernais e convidativas à preguiça, ao cafuné e a um bom copo de café acompanhado de um pedaço de canjica bem fresquinha servida lá pela hora da Ave Maria. Além disso, ainda tem um saudoso som de forró saindo dos rádios e das difusoras das praças, confirmando definitivamente que o mês dos santos festeiros chegou. Primeiro Antônio, depois João e, por fim, Pedro. (O trio pé-de-serra de qualquer festa no céu).
Aqui em Glória, que antigamente trazia Santo Antônio no nome, a trezena em sua homenagem vai até o dia 13 de junho, sempre com muito sino tocando, foguete subindo e beatas rezando, além de um forró comendo no centro assim que o padre deseja que o Senhor esteja conosco e a gente responde que ele já está no meio de nós. A partir daí, até o próprio vigário tira a batina e cai na dança, sempre respeitando uma certa distância regulamentar da dama, é claro, que é para evitar as tentações de um certo anjo decaído que pode querer estimular a fama de casamenteiro do santo.
Glória, para quem não é da região, foi à cidade que mais sofreu com uma das primeiras transposições do rio São Francisco. É tanto que se alguém comentar com seus moradores mais antigos sobre essa de agora, muitos darão de ombro, franzirão a testa e dirão: “pior foi à outra”. 
A outra, a que eles se referem, aconteceu no inicio dos anos 70 quando a Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco) desviou as águas do rio para que fosse construída a barragem de Moxotó e a usina Apolônio Sales, o que ocasionou o desaparecimento definitivo da centenária cidade. Na ocasião, os glorienses viram toda a sua história e seus sonhos irem, literalmente, por água abaixo, sem sequer uma orientação sobre o que estava realmente acontecendo. Aliás, o que ocorreu por aqui foi de uma violência tão absurda e inexplicável, que até hoje a população não entende muito bem como o mesmo rio que carinhosamente lhe lambia as costas foi capaz de lhe tirar a vida. 
Na época ainda não existia o Ibama nem tampouco essa corajosa ministra Marina Silva, que acertadamente anda jogando duro para evitar novas agressões do tipo. Até sugiro a ela que use o exemplo de Glória como uma espécie de modelo a não ser seguido quando uma cidade tiver que desaparecer do mapa em nome do progresso. 
Até hoje os seus moradores reclamam desse arremedo de cidade que construíram para substituir àquela cercada por serras e tamarineiros, que solenemente sombreavam as calçadas e os quintais dos velhos casarões. E no lugar das roças e sítios onde abundavam a fartura, eles hoje vivem à míngua, plantando sonhos e colhendo saudades. Não raro eu os encontro meio ariados pelas ruas, como se a procura de vida. 
E é justamente nessa trezena, que esse pessoal tem a chance de rever uma pequena parte do seu passado. Principalmente na Noite dos Filhos Ausentes, que é a data reservada àqueles que estão distantes. 
É como se alguém tivesse o poder de rebobinar a fita do tempo. Diante de mim, alguns daqueles velhos rostos que foram cúmplices da minha juventude, ainda firmes e felizes (por quê não?), como se dissessem: “apesar de tudo estamos aqui, dando vivas a Santo Antônio”. E a cada abraço, eu sinto de novo aqueles inesquecíveis cheiros que pareciam definitivamente perdidos no lado da memória que ainda é criança, e que voltam a fluir como se nunca tivessem sumido. E eles reaparecem tanto na naftalina de uma camisa estampada, quanto num surrado xale preto, ou então no rastro de uma loção de barba, não importa. O importante é que, por alguns instantes, eles me lembram as gaiatices do meu tio Pedro, as deliciosas risadas de Santa e Maninha, ou ainda o característico rangido da rede do meu pai.
Pena que alguns filhos queridos, como Mário Lima, Vitor Hugo, Edgar e tantos outros, não puderam vir. Para eles, uma sugestão: antes de dormir fechem bem os olhos e pensem no som de uma zabumba e no chiado dos foguetes espalhando seus pequenos fragmentos de luz pelo céu. E se por acaso a boca salivar, não se assustem. São apenas recordações de um tempo em que os tamarindos e umbus cajás pareciam eternos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Carta enviada em homenagem à noite dos filhos ausentes (Trezena de Santo Antonio Glória Bahia)


Sentimentos de um filho ausente,

Primeiramente boa noite a todos os meus queridos e ilustres conterrâneos em especial minha família. Hoje resolvi descrever um fato que por incrível que pareça nunca havia passo pela minha cabeça, pelo menos só imaginava os outros passado por essa situação, mas eu mesmo, nem em sonho. Bem, o que me refiro é a ausência em momentos que consideramos muitas vezes simples, mas que na realidade são momentos únicos a cada instante que passamos em nossas vidas.
Como exemplo, posso citar as inúmeras vezes que deixamos de pedir uma simples benção, dar um abraço nos pais, uma palavra de carinho para os amigos, aproveitar mais cada instante que estamos com os nossos familiares e amigos, enfim, cada instante é único seja ele bom ou até mesmo triste.
 Só vivenciando que podemos ter a dimensão de quanto é triste e caótico está distante desses simples momentos, estou sentindo na pele agora, e me passou um filme pela cabeça ao lembrar que sou apenas mais um que vivência essa triste experiência de está distante da terra querida e amada em momentos especiais como hoje, mas como falei muitas vezes considerados simples.
Trezena de Santo Antonio, santo padroeiro de nossa queria e amada Glória, no momento estou em terras distantes, como dizia o rei do baião o saudoso Luiz Gonzaga “em terras alheias nós vamos vagar meu Deus, meu Deus...”, verso que menciona em uma de suas canções que de fato é uma “triste partida”, de todos os familiares, amigos e da terra amada e queria que nascemos e gostaríamos de findarmos nossos dias.
 Lembro-me das noites frias, que quando criança sentia a garoa levemente molhando a cabeça suada de tanto correr em volta da quadra esburacada, chutando pedras ou brincado nas famosas barcas e bozós, dos humildes parques daquela maravilhosa época, em que a trezena se resumia a missa, barraca de Santo Antonio, onde por muitas vezes aperreava o juízo de minha mãe e das minhas tias e de minha saudosa vó Hilda, em busca daquele delicioso pastel de Socorro e do bolo de minha tia Julia, além das quadrilhas, gincanas, quebra de potes e os confetes que Marião vendia que nos alegrava muito, além das lindas noites dos Filhos Ausentes, noite essa em que muitos de meus familiares se faziam presentes como meu falecido tio Bento, dia dos Namorados, onde os foguetes do noiteiro Lindemar abrilhantavam a queima de fogos antes do baile com os Dissonantes.
Hoje a festa passa por uma verdadeira revolução, a Igreja cada dia mais linda e bem cuidada, porém, infelizmente pouco lembrada pela juventude, já a festa fora dela, a cada ano prosperando, no qual me orgulho junto aos meus grandes amigos: Tássio, Eder, João Paulo, Luana e Jaamaica de  ter dado o ponta pé inicial no desenvolvimento da festa que hoje tanto nos dar orgulho, de ver que mesmo sendo uma cidade fragilizada pelo progresso e as percas de muitos dos nossos valores que ficara debaixo d’água a 36 anos atrás, conseguimos evoluir e superar suas fragilidades. Isso tudo foi e é possível por que Glória é terra rica em valores e costumes, famílias de boa índole e pessoas maravilhosas.
Hoje sei e posso dizer o quanto é ruim está distante da minha Glória, meus familiares, minha namorada, amigos e conterrâneos queridos, e tenho a certeza, que com a graça de Deus ei de estar ai, vivenciando e aproveitando cada momento que perdi.
Amo minha terra querida, choro todas as noites por está distante dela, é mesmo que esta sem um pedaço de mim, mas me orgulho por ser forte, assim como tantos que tiveram que ganhar na vida tendo que está distante da terra amada, mas que hoje tem o prazer e orgulho de está ai, presente nessa noite tão formosa (Noite dos Filhos Ausentes) e mesmo aqueles que não estão, assim como eu, não está em presença física, mas a mente e o coração com certeza estão, junto de todos vocês.
É com prazer que o neto de Dona Hilda o Juninho de Fátima e Gildo agradece a atenção e pede uma salva de palmas em homenagem a todos os glorienses.  
 
São Paulo, 05 de junho 2011.